Forças Armadas: Alcoolismo e Toxicodependência
15 Fev '18
O Chefe de Estado Maior reconhce a falta de recursos que afetam a estrutura militar do país, "faltam 21 técnicos na unidade de tratamento de dependências das Forças Armadas, que equivale cerca de 40% do quadro de pessoal."
Em 2015, a unidade de tratamento de dependências das Forças Armadas atendeu metade dos doentes a quem, em média, presta assistência. Tudo por causa da carência de meios humanos, cuja resolução ainda não é conhecida. Segundo a diretora da Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Alcoolismo (UTITA), pertencente ao Hospital das Forças Armadas, Maria Halpern Diniz, existe “uma grande carência ao nível de quadro, tanto a nível de pessoal militar como civil”.
O quadro é composto por 29 funcionários, mas faltam 21. As falhas, algumas das quais com 18 anos, vão sendo colmatadas ao nível das prestações de serviços. Em parte, devido a esta carência de meios humanos, a UTITA recebeu em internamento 27 doentes, quando, em média, são internados 49 por ano. “Trabalhamos graças à boa vontade dos profissionais que cá estão e acho que nada tem faltado aos utentes”, afirma, Maria Halpern Diniz.
Presente na cerimónia, o Chefe de Estado-Maior, Artur Neves Pina Monteiro, disse que “a prestação de serviços é uma forma de colmatar faltas e vai continuar a ser”, admitindo haver falta de recursos que “afetam as Forças Armadas”. “Não podemos dar resposta a tudo, temos prioridades”, disse, acrescentando que “está em curso um processo concursal que segue os seus tramites legais”.
DEPENDÊNCIAS COMPLICADAS
A principais dependências que chegam à UTITA estão ligadas ao álcool, nas faixas etárias mais elevadas, e as substâncias tóxicas, nos mais novos.
Para a Diretora da UTITA, “as consequências de um consumo a nível militar podem ser mais complicadas” do que em outras profissões. “O bónus está na saúde, mas vai interferir no desempenho das suas funções, coloca em causa a segurança militar e afeta o cumprimento das missões”, adiantou.
Em consonância, sobre esta questão, esteve o Chefe de Estado Maior general das Forças Armadas, “estas situações têm no âmbito militar uma outra dimensão mais critica, porque afeta a segurança militar”, salientou.
Fonte: TVI24